As fraturas por estress podem atingir até 20% de todas as lesões esportivas. O número é considerado alto e são comuns em diferentes modalidades como o atletismo, futebol, basquete, voleibol, handebol, tênis, levantamento de peso e principalmente na CORRIDA
DEFINIÇÃO: A palavra estresse, neste caso, nada tem a ver com o estado mental, de saúde ou de espírito do indivíduo. As fraturas por estresse são resultantes da ação de forças cíclicas sobre a estrutura óssea e diferem de outras fraturas por não decorrerem de eventos traumáticos agudos. Falamos de carga e pressão sobre os ossos, músculos e tendões, que em excesso podem causar danos.
ORIGEM:
Teoria 1 = A musculatura enfraquecida reduz a absorção de choque das extremidades inferiores e limita a distribuição de forças. Isso causa o estresse em pontos focais do osso e explica a origem das fraturas nos membros inferiores.
Teoria 2 = A tração muscular sobre o osso é capaz de gerar forças cíclicas. Seriam essas forças as responsáveis pelo aparecimento de microfraturas, encontradas nos membros superiores, em sua maioria.
NA CORRIDA:
FREQUENCIA: A tíbia representa perto de 50% dos casos, seguida dos ossos do tarso, metatarsais, fêmur (colo), fíbula, pelve e outros.
Fatores de risco
Biomecânicos: assimetria dos membros inferiores, a anteversão femoral aumentada, a diminuição da largura da tíbia, o valgismo excessivo dos joelhos e a pronação dos pés aumentada.
Ambientais ( Característica do treinamento): Aumento súbito na velocidade e distância percorridas, pisos duros, calçados inadequados, o condicionamento físico insuficiente, tempo de reabilitação insuficiente das lesões pregressas
Obs: Tríade da mulher atleta
DIAGNÓSTICO:
Sintomas: Dor de caráter insidioso e progressivamente limitante para a atividade esportiva. Algumas semanas depois do início da lesão, a dor pode se tornar mais intensa, causando incapacidade funcional para o esporte.
Exames de imagem:
Radiografias Simples = pouco específicas, servem para descartar outras doenças
Cintilografia = Auxilia na identificação da “idade” da fratura por estresse e o monitoramento da sua reparação
Tomografia Computadorizada = Auxilia a ressonância magnética
Ressonância Magnética = melhor exame para o diagnóstico
TRATAMENTO: Varia em função de algumas características da fratura tais como a localização, tipo e tempo de evolução.
FASE I (Repouso):
Controle da dor ( antiinflamatórios, métodos fisioterápicos de analgesia e cinesioterapia,
Descarga de peso permitida nas atividades de vida diária e manutenção da condição aeróbica sem provocar respostas de estresse anormais no segmento afetado. Atividades como pedalar,
nadar ou correr dentro d’água (“deep-running”) são alternativas para a manutenção do
condicionamento físico do atleta.
FASE II ( Retorno): Inicia a partir do momento em que o atleta não apresenta mais dor.
Fase I + correção de fatores biomecânicos, utilização de órteses, regulação do ciclo menstrual das mulheres, correção dos distúrbios nutricionais e metabólicos e retorno gradual ao esporte.
Obs: Alguns casos pode ter indicação cirúrgica, no entanto, não são muito frequentes